A celebração de duas décadas da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano (Rio 92), nesta sexta à noite, no Riocentro, virou uma plataforma de apoio e inspiração para que as nações assumam compromissos mais ambiciosos nas negociações sobre o desenvolvimento sustentável na Rio+20.

A cerimônia contou com a participação do senador e então presidente da República Fernando Collor de Mello e do Secretário-Geral da Rio 92, Maurice Strong. Também estiveram presentes o Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e o Secretário-Geral da Rio+20, Sha Zukang, além dos co-presidentes do Comitê Preparatório da Rio+20, John Ashe e Sook Kim.

Em sua apresentação, o Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, lembrou que a Rio 92 lançou bases conceituais e políticas inovadoras que viriam a pautar as futuras discussões sobre o desenvolvimento sustentável e inclusão social. O Embaixador reforçou a importância de buscar inspiração no passado para dar passos à frente com a Rio+20. “Essa celebração é uma chamada à ambição e uma lembrança daquilo que pode ser alcançado quando os grandes líderes trabalham em conjunto”, afirmou.

Presidente da República à época da Rio 92, o senador Fernando Collor de Mello lembrou que os momentos e os objetivos das duas conferências são distintos, mas o espírito deve ser o mesmo. “Temos que manter elevado o nível dos nossos objetivos. Não podemos retroceder”, afirmou.

Já o Secretário-Geral da Rio 92, Maurice Strong, foi ainda mais contundente: “Hoje ainda existe uma lacuna enorme entre a ciência sobre sustentabilidade e a política. Temos a obrigação de aproximá-los. Essa é uma conferência sobre o futuro da nossa civilização”, afirmou, em um discurso aplaudido de pé.

As reminiscências de Collor e Strong sobre a Rio 92 levaram o Secretário-Geral da Rio+20, Sha Zukang, a pedir união em prol de objetivos comuns ao desenvolvimento sustentável. “Que essa celebração sirva para nos reenergizar. O espírito da Rio 92 pode nos revigorar e nos levar ao caminho que tanto almejamos”, afirmou, antes de encerrar com uma mensagem otimista. “Quando as nações trabalham em harmonia, coisas grandiosas podem acontecer”.

Fotografia por Paulo Figueiras.