Rios voadores, fenômeno fundamental para a agricultura sustentável
A necessidade de preservação da Floresta Amazônica ganhou um argumento de peso com os resultados das pesquisas do projeto “Rios Voadores”, realizado em conjunto pelo CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) e pelo CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura), com o patrocínio da Petrobrás.
Em palestra, neste domingo, 18 de junho, no Parque dos Atletas, o ambientalista suíço Gérard Moss, um dos pesquisadores, afirmou que as árvores da Amazônia são fundamentais para a formação dos rios voadores, um fenômeno invisível, mas de grande impacto para a sustentabilidade da produção agrícola do Brasil.
Os rios voadores são correntes de ar que transportam um imenso volume de umidade e de vapor de água da Amazônia até outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste, o Sudeste e o Sul.
Segundo o ambientalista, somente sobre a bacia amazônica, a quantidade de água carregada por esses rios voadores chega a ser superior à escoada pela foz do Amazonas, o maior rio do mundo.
“Quando eles passam sobre São Paulo, podem conter 27 vezes o volume do rio Tietê, o que equivale a 115 dias da média de consumo de água da cidade”, revela.
Graças a esse fenômeno, o Brasil é o campeão mundial de chuva, com 15.200 quilômetros cúbicos de precipitações por ano, o que, segundo Moss, é um dos fatores responsáveis pelo sucesso da agricultura do país.
Ao contrário dos Estados Unidos, onde a maior parte da irrigação se faz de forma artificial, no Brasil, 95% da produção agrícola é irrigada pelas chuvas.
“Se preservamos a Floresta Amazônica, nossa agricultura se desenvolve de maneira sustentável. No Brasil, o meio ambiente deveria ser questão econômica”, conclui.
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