O Presidente da Infraero, Gustavo do Vale, lançou nessa terça-feira, 19 de junho, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Relatório Ambiental 2011. O documento contém todas as ações da Infraero voltadas para o meio ambiente.
 
A cerimônia aconteceu no setor C do desembarque do terminal 1, em uma área onde foi instalada uma floresta cenográfica ecológica e por onde chegam parte das delegações que desembarcam na cidade para a Rio+20. A previsão é de que a empresa invista cerca de R$31 milhões na área ambiental até o fim do ano.

Na ocasião, Gustavo do Vale ressaltou a preparação da Infraero para receber as delegações e Chefes de Estado para a Conferência e destacou os investimentos que a empresa realiza na área ambiental.

“A realização da Rio+20 é uma oportunidade para a Infraero prestar contas à sociedade sobre o trabalho que ela desenvolve não apenas aqui no Rio mas em todos os seus aeroportos, especialmente nessa área ambiental”, disse.

O Relatório Ambiental foi impresso em papel reciclado, produzido com lixo proveniente dos aeroportos da Rede. A cerimônia contou ainda com a presença do ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt.

Investimentos

Os investimentos da Empresa nos últimos três anos para área ambiental somaram R$ 43,8 milhões. Somente em 2011, foram destinados R$ 16 milhões para a promoção de estratégias ambientais. Até o final de 2012, a expectativa é superar o valor de 2011, com uma previsão de investimentos em torno de R$ 31 milhões.

Entre as ações ambientais em curso, Gustavo do Vale ressaltou o uso sustentável de recursos hídricos nos aeroportos. “Um exemplo bem-sucedido de uso sustentável da água está aqui no Galeão. Com o emprego de fontes alternativas, reuso e aproveitamento das águas das chuvas para fins não potáveis, o aeroporto consegue suprir quase metade da demanda por recursos hídricos”, disse.
 
O Relatório Ambiental 2011 destaca ainda o desempenho da Infraero com relação aos processos de licenciamento ambiental das obras de expansão aeroportuária do Programa de Aceleração do Crescimento.

Dos 57 empreendimentos em execução – ampliação de terminais de passageiros, restauração de sistemas de pistas, construção de terminais de logística de cargas, entre outros – apenas sete ainda se encontram em processo de licenciamento, dentro do prazo regulamentar. Os demais já estão totalmente adequados à legislação ambiental. Ao todo, 25 licenças de obras foram obtidas em 2011.

Empreendimentos de grande porte, como a construção de uma pista de pouso e decolagem, necessitam de relatórios prévios de impacto ambiental. Para realizar esses estudos e outras ações relacionadas ao processo de licenciamento ambiental, a Infraero destinou R$ 6,29 milhões, em 2011.
 
A presença de animais nos aeroportos também recebeu recursos em 2011, permitindo minimização dos riscos às operações aeronáuticas, especialmente nos procedimentos de pouso e decolagem. Em 2011, foram investidos R$ 6,2 milhões nesse trabalho.

Também no ano passado, foram aprovados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) os planos de manejo de fauna (PMF) de 11 aeroportos. O diagnóstico e a execução das estratégias para reduzir o perigo de fauna são realizados por meio de convênio com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), o que contribui para o desenvolvimento de tecnologias nacionais. Um dos exemplos é o projeto de falcoaria, executado com sucesso nos Aeroportos Salgado Filho (RS) e Confins (MG).

Floresta cenográfica

No local onde aconteceu o lançamento do Relatório Ambiental foi montada uma floresta cenográfica construída com lixo reciclado proveniente do próprio aeroporto. Durante dois meses, foram recolhidos os materiais necessários para compor o cenário, que precisou de 1.000 palets, 5.000 garrafas pet, 500m de plástico e 200 kg de papelão. A floresta reproduz a flora e a fauna da Mata Atlântica e visa chamar a atenção para a causa da preservação ambiental, em um país com uma das maiores diversidades de plantas e animais do mundo.

Ao percorrer a área do desembarque, as pessoas poderão ver folhas e flores. Também são reproduzidos sons de pássaros, grilos e sapos, além de perfumes de flores e outras características da floresta tropical. Tudo acionado por sensores de presença. 

O projeto conta com a assinatura do cenógrafo Sergio Marimba, que trabalha com peças e espetáculos de dança e já produziu alegorias e adereços para escolas de samba cariocas. No local, recepcionistas bilíngues prestam esclarecimentos às delegações.

Também esteve presente no evento um grupo de crianças que participa das atividades educacionais da Entidade Ambientalista Onda Verde. Até o dia 21 a floresta pode ser vista apenas pelas delegações que chegam ao Rio de Janeiro para a Rio+20. Entre os dias 22 e 24 o local será aberto aos passageiros do aeroporto.

Após o término da exposição, a floresta será doada pela Infraero à ONG Onda Verde, que utilizará o material como um recurso pedagógico nas atividades de educação ambiental.